sexta-feira, 25 de março de 2011

REVOLUÇÃO

HAJA UMA REVOLUÇÃO EM CADA CABEÇA


Circulam por aí uns quantos despenteados mentais frustrados porque,
das megamanifestações que houve, nem uma só montra partida, nem um
carrito incendiado se viu, como acontece lá fora, enfim, como dizia
Ortega y Gasset, acham que a forma certa de protestar a falta de pão é
queimar as padarias!


E a verdade é que foi o descontrolo das pessoas em possuir coisas sem
saber como pagá-las que fez com que acabassem elas próprias possuídas
pelas coisas, com a gravidade de terem dado à geração seguinte uma
falsa ideia de prosperidade.


Insana a crença daqueles que acham que trocando o Zé pelo Pedro
passaremos a navegar em mar de rosas, quando o que nos espera são
muitos anos de sacrifícios, até reformularmos a nossa forma de estar
na vida, tenha o Governo as cores que tiver.


A páginas tantas de "Os Maias", há cento e tal anos, Eça de Queirós
pôs João da Ega, falando de política, a querer saber do empréstimo, se
o dinheiro vinha ou não vinha, tendo ouvido que o dinheiro viria
porque essa era a razão de existir dos ministérios, cobrar o imposto e
fazer o empréstimo, e assim havia de continuar, desde que não houvesse
distúrbios que assustassem os mercados… curioso, como já se usava esta
expressão: mercados


GÓRGIAS


HAJA UMA REVOLUÇÃO EM CADA CABEÇA


Circulam por aí uns quantos despenteados mentais frustrados porque,
das megamanifestações que houve, nem uma só montra partida, nem um
carrito incendiado se viu, como acontece lá fora, enfim, como dizia
Ortega y Gasset, acham que a forma certa de protestar a falta de pão é
queimar as padarias!


E a verdade é que foi o descontrolo das pessoas em possuir coisas sem
saber como pagá-las que fez com que acabassem elas próprias possuídas
pelas coisas, com a gravidade de terem dado à geração seguinte uma
falsa ideia de prosperidade.


Insana a crença daqueles que acham que trocando o Zé pelo Pedro
passaremos a navegar em mar de rosas, quando o que nos espera são
muitos anos de sacrifícios, até reformularmos a nossa forma de estar
na vida, tenha o Governo as cores que tiver.


A páginas tantas de "Os Maias", há cento e tal anos, Eça de Queirós
pôs João da Ega, falando de política, a querer saber do empréstimo, se
o dinheiro vinha ou não vinha, tendo ouvido que o dinheiro viria
porque essa era a razão de existir dos ministérios, cobrar o imposto e
fazer o empréstimo, e assim havia de continuar, desde que não houvesse
distúrbios que assustassem os mercados… curioso, como já se usava esta
expressão: mercados


GÓRGIAS

segunda-feira, 14 de março de 2011

RASCAS

COITADOS DOS QUE VÃO EM CANTIGAS…


Alguém já disse que a natureza humana não mudou muito desde as
cavernas. Nesses tempos, era admirado e tinha sucesso quem fosse
melhor caçador e guerreiro; hoje, embora por meios mais sofisticados,
é a mesma coisa.


Quem se desculpa culpa-se, e esses meninos e meninas que acham que
tudo lhes é devido e servido em bandeja, lembrem-se de muitos dos seus
pais e avós, a quem foi imposta uma guerra estúpida e quando quiseram
refazer a vida tiveram de buscar trabalho por esse mundo fora!


GÓRGIAS

quinta-feira, 10 de março de 2011

EMPREENDEDORES

APRENDER A DANÇAR À CHUVA


Alheia à charca política em que se entretêm muitos dos eleitos do povo
no Parlamento, que se acham tranquilos usando a casa da Democracia
como arena para exibicionismo das suas vaidades, vai emergindo, nas
mais variadas áreas do saber e saber fazer, uma estimulante
quantidade de bons crânios que transportam a nossa grande esperança em
tempos melhores.


São gente que bem justifica o incremento do investimento em I&D, que
não queima o precioso tempo em queixinhas e desculpas para nada fazer,
gente que, em vez de se encolher à espera que a tempestade passe,
escolheu aprender a dançar à chuva. E podemos estar seguros de que
todos vamos beneficiar do seu empenho em fazer pelo país coisas
importantes.


É isto que contrasta, de forma flagrante, com a lenga-lenga estéril
que nos é servida nos debates quinzenais no Parlamento, de onde o que
é dado como "vencedor" da coisa é o que debitou a frase mais
contundente ou o chiste mais hilariante…


GÓRGIAS

sexta-feira, 4 de março de 2011

Soares dos Santos

COSPEM NO PRATO EM QUE COMEM


A forma inusitada como foi tratado por um empresário da grande
distribuição, ainda por cima em evento político-partidário, mereceu do
chefe do Governo a resposta necessária e suficiente.


Mas o que é revoltante é ver estes senhores, que têm engordado de
forma obscena à custa do grande sacrifício dos produtores, a quem
pagam o que querem e quando querem, e dos trabalhadores das suas
lojas, de quem fazem pau para toda a colher, queixar-se de que o país
não os merece, usando quem governa como bode expiatório, gritando
contra tudo que é controlado pelo Estado, ao mesmo tempo que se
queixam da falta de apoios do Estado!


Fazendo tábua-rasa do preceito que manda que a esquerda não veja o que
dão com a direita, estas boas almas, que costumam reivindicar o
estatuto de bons cristãos, fazem questão de apregoar bem alto quando
da sua farta mesa deixam cair umas migalhas para apaziguar os ânimos
dos escravos que os servem…


GÓRGIAS

quarta-feira, 2 de março de 2011

ANTÓNIO FEIJÓ

AMOR TRAÍDO É FADO DESGRAÇADO


O enamoramento cantado por Rita Candeia soa mais a masoquismo do que
ao amor como agrada a Deus…

A verdade é que o que hoje mais se vive são relações meramente
utilitárias, pois o amor eterno que mutuamente é jurado apenas é
eterno enquanto dura, como dizia o poeta brasileiro.

Porque as verdadeiras histórias de amor são hoje tão raras, vale a
pena lembrar a que viveu e sofreu o notável poeta e diplomata António
Feijó, natural de Ponte de Lima.
Tendo sido colocado na Suécia, aí se enamorou e casou com uma natural
do país, jovem de esmerada educação e rara beleza. Afectada, tempos
depois, por grave doença, depressa a morte venceu esta senhora,
deixando o marido em tão grande angústia que pouco lhe sobreviveu.

Permito-me respigar, dos poemas "Inverno" e "Pálida e loira", os
versos que seguem:
Olhos daquela que eu estremeço/Se de tão longe pudésseis ver-me!
Olhos divinos que eu nunca esqueço/morro de frio, vinde aquecer-me!
…….
Tinha a cor da rainha das baladas/ E das monjas antigas maceradas,
No pequenino esquife em que dormia…
Levou-a a morte em sua garra adunca!/E eu nunca mais pude esquecê-la, nunca!
Pálida e loira, muito loira e fria…

Cabe aqui um devido louvor à C M de Ponte de Lima, que, na presidência
de Daniel Campelo, assumiu a edição da vasta obra poética de António
Feijó, que andava injustamente esquecida.

GÓRGIAS