quarta-feira, 2 de março de 2011

ANTÓNIO FEIJÓ

AMOR TRAÍDO É FADO DESGRAÇADO


O enamoramento cantado por Rita Candeia soa mais a masoquismo do que
ao amor como agrada a Deus…

A verdade é que o que hoje mais se vive são relações meramente
utilitárias, pois o amor eterno que mutuamente é jurado apenas é
eterno enquanto dura, como dizia o poeta brasileiro.

Porque as verdadeiras histórias de amor são hoje tão raras, vale a
pena lembrar a que viveu e sofreu o notável poeta e diplomata António
Feijó, natural de Ponte de Lima.
Tendo sido colocado na Suécia, aí se enamorou e casou com uma natural
do país, jovem de esmerada educação e rara beleza. Afectada, tempos
depois, por grave doença, depressa a morte venceu esta senhora,
deixando o marido em tão grande angústia que pouco lhe sobreviveu.

Permito-me respigar, dos poemas "Inverno" e "Pálida e loira", os
versos que seguem:
Olhos daquela que eu estremeço/Se de tão longe pudésseis ver-me!
Olhos divinos que eu nunca esqueço/morro de frio, vinde aquecer-me!
…….
Tinha a cor da rainha das baladas/ E das monjas antigas maceradas,
No pequenino esquife em que dormia…
Levou-a a morte em sua garra adunca!/E eu nunca mais pude esquecê-la, nunca!
Pálida e loira, muito loira e fria…

Cabe aqui um devido louvor à C M de Ponte de Lima, que, na presidência
de Daniel Campelo, assumiu a edição da vasta obra poética de António
Feijó, que andava injustamente esquecida.

GÓRGIAS

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