quinta-feira, 25 de junho de 2015

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                                                    AINDA A GRÉCIA

 

A pretensa superioridade governativa que os contentinhos da situação portuguesa se esfalfam por tentar demonstrar, usando abusivamente a Grécia como exemplo de mau caminho, não revela outra coisa que não seja a sua pequenês.

É evidente que se regozijam que à Grécia seja imposta a razão da força contra a força da razão que assiste aos governantes gregos, não perdendo nenhuma ocasião para se colocarem em bicos de pés.

O estranho conceito de democracia imposto aos gregos, que começou pela pressão obscena sobre a campanha eleitoral, com ameaças claras de que tivessen cuidado com o seu voto, a que se seguiu a intolerável retaliação que temos visto, vem dando da Europa uma imagem bem chocante.

Termino com uma citação do poeta inglês John Donne:

Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do Continente, uma parte da Terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um Promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do género humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.

 

                                                GÓRGIAS

 

 

terça-feira, 9 de junho de 2015

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                                           O CERTO E O INCERTO

 

A lengalenga com que Passos e Portas vêm poluindo o ambiente não resiste à mais superficial análise, se tivermos presente o que foi o seu palavreado há quatro anos e a prática que se seguiu; e quanto ao rigor com os dinheiros públicos, os dados que nos chegam da célebre "Metro Mondego", acerca de dois elementos da casta da coligação que nos atormenta são apenas uma pequena amostra…

De facto, aqueles políticos confundem e mentem descaradamente, quando dizem que outros chamaram a troika e eles livraram-nos dela, sendo sabido que tudo fizeram para forçar a intervenção externa, em que sobrepuseram ao interesse nacional a ganância pelo Poder.

E como a Direita e o capitalismo são irmãos siameses, os agiotas da alta finança e seus lacaios já começaram a chantagem: que não podemos deitar tudo a perder, trocar o certo pelo incerto e outras patranhas habituais.

É que posta a questão em termos de certo e incerto, não será grande aventura optar pelo "incerto", sabendo-se que o "certo" é algo de arrepiar: não só já provou não resolver problema nenhum, como os agravou todos. E  assim querem prosseguir.

 

 

                                           Amândio G. Martins