quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Eanes

APOIO DE RAMALHO EANES A CAVACO


Ramalho Eanes está, julgo que pela segunda vez, numa campanha de
cavaco. É sabido que sempre se entenderam bem e que o extinto PRD,
dito eanista, fez a Cavaco o grande favor de fazer cair a seu primeiro
governo, que era minoritário, de que resultaram eleições que lhe deram
a primeira maioria absoluta, mas também o princípio do fim daquele
partido, que, desde então, nunca mais se encontrou.


Estando Eanes, em termos de estatura moral e cívica, nos antípodas de
Cavaco, que não passa de oportunista sem escrúpulos, só algo muito
difícil de entender contra a esquerda, que, de resto, foi quem sempre
o apoiou nos momentos mais difíceis, poderá justificar o reiterado
apoio do general a um homem que tantos estragos tem causado a
Portugal…


Na verdade, enquanto Cavaco se vê obrigado a grasnar ao megafone: eu
sou sério e "hònesto", eu sou sério e "hònesto", Eanes nunca precisou
de recorrer a tão triste espectáculo. E aquela parte dos cidadãos
minimamente culta e informada, sabe que quem realmente é sério não
precisa de o apregoar constantemente, até porque não há nenhum
vigarista que diga que o é.


Sabe-se como Eanes exerceu, em período realmente difícil, dois
mandatos cuja dignidade nunca ninguém se atreveu a pôr em causa. E
sabe-se como recusou as dragonas de marechal com que lhe quiseram
enfeitar os ombros. E sabe-se como recusou uma elevada quantia, que,
depois de ter deixado as funções de PR, foi decidido que lhe era
devida, no âmbito da carreira militar.


Não existe, portanto, qualquer similitude entre um homem que realmente
serviu com invulgar verticalidade e um reles politiqueiro, alma de
lodo que não compreende as funções que desempenha senão pelos
proveitos materiais que daí lhe advenham.


GÓRGIAS

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