domingo, 17 de abril de 2011

NOBEL

NÃO PREMIADOS COM O NOBEL


Excelente a forma como Vera Monteiro apresenta a notável selecção de
autores que o Público põe à disposição dos leitores.
Quanto ao que pesa na escolha de uns e não de outros para o Nobel,
parece-me que o sr, Espmark, dada a sua posição, não poderá dizer
coisa muito diferente…

Numa ficção com larga margem de verosimilhança, Irving Wallace, depois
de quinze anos de pesquisas, publicou, há mais de cinquenta anos, "O
PRÉMIO" , que trata justamente os meandros do prémio Nobel.
Fazendo parte do comité de recepção aos laureados, o personagem conde
Bertil jacobsson, a pedido de alguns, explica como se chega à
conclusão de que é este e não aquele o merecedor do prémio.
Muita gente acredita – diz- que os laureados são uma espécie de
semideuses e que a ordem para os premiar vem lá do alto, mas nem os
prémios são concedidos por decreto divino nem os juízes que os
atribuem têm sabedoria superior.
São gente conhecedora, sim, mas não deixam de ser mortais, com
preconceitos, preferências e aversões, suas manias e vaidades. E
explica que a não atribuição do prémio a Zola se deveu ao facto de
Alfred Nobel não gostar do que ele escrevia. E como o patrono tinha
morrido havia pouco, não teve a Academia coragem, além de que não
possuíam grandes conhecimentos de literatura.

Tolstoi, numa primeira fase, não teve ninguém a propô-lo. Mais tarde,
foi a sua crítica aos prémios literários e o fanatismo religioso que
deram argumentos para que o não premiassem.
É que a vida particular e crenças pessoais, diz jacobsson, prejudicam
os candidatos, como aconteceu com André Gide, homossexual assumido,
que esperou muitos anos até que o preconceito abrandasse. Também
Benedetto Croce, antifascista que odiava Mussolini, acabou por ser
preterido em favor de Luigi Pirendello, suspeitando-se de pressões do
ditador.

GÓRGIAS

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