segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

natal

CINCO MIL MILHÕES É MUITO DINHEIRO


Lê-se e ouve-se, mas custa a crer que um povo na penúria possa
dissipar, numa só festa, tão impressionante soma. É claro que, no
arraial consumista em que se transformou o Natal, tudo são desculpas
para se gastar o que há e não há, sem pensar muito nas frustrações do
dia seguinte…

E o pior de tudo é que grande parte deste dinheiro foi desbaratado num
mero exercício de soma nula, em que a quantia que uns ganharam foi
exactamente igual à que outros perderam, não possuindo os artigos
comprados qualquer valor multiplicativo, antes pelo contrário, serão
outra fonte de despesas e aborrecimentos.

Um economista que, em tempos, colaborou no JN, diria que isto é um
caso típico da cultura da pobreza. Vivem o momento, seja porque não
conseguem disciplinar-se, seja por falta de sentido do futuro. Não
possuindo hábitos de poupança, cedem facilmente às emoções e impulsos.
Não dando grande valor ao dinheiro, não descansam enquanto não se vêem
livres dele.


Amândio G. Martins

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

debates

TÃO BOM É O QUE ROUBA COMO O QUE FICA À PORTA

Em mais um elucidativo debate televisivo, em que o ex homem do leme
não deixou dúvidas acerca do seu carácter, ficámos a saber que está
para nascer quem se lhe compare…
Em qualquer país decente, o chefe máximo assume a responsabilidade por
tudo que acontece a jusante, mas aqui só o que for a crédito é que o
nosso génio da economia chama a si; tudo quanto seja negativo não é de
sua responsabilidade.
Os exemplos da sua falta de grandeza moral a cívica são tantos que
difícil é escolher. Ainda não há muito tempo, quando esteve na
República Checa, o presidente daquilo se fartou de o picar por causa
do nosso défice das contas públicas, mas o nosso "timoneiro"
limitou-se a fazer um dos seus esgares, engoliu em seco e disse, com o
costumado desplante, que não era culpa dele.
Do alfobre de malandragem que foi o cavaquismo, cujo mal causado ao
país iremos pagar por muitos anos ainda, constava um tal Cardoso e
Cunha. Este personagem, que andou pelo Governo, pela Comissão Europeia
e pela expo não sei quantos, 98, se bem me lembro, quando o cavaquismo
ruiu fragorosamente, ocupava o lugar de "manda-chuva" neste último
evento.
A prosápia e postas de pescada arrotadas pelo tal Cunha, que, acerca
da sua meritória acção, chegou a dizer que merecia uma estátua, foi ao
ponto de obrigar o ministro que o tutelava a pôr-lhe uns patins.
Durante uns anos foi mantido a uma distância segura dos dinheiros
públicos, mas quando Durão Barroso se tornou primeiro-ministro, eis
que o homem é colocado na TAP, onde começou logo a torpedear o
trabalho sério e profissional que o brasileiro Fernando Pinto vinha
realizando e era reconhecido por todos os quadrantes.
Fica a crédito de Santana Lopes (alguma coisa de útil haveria de
fazer…) através do ministro António Mexia o sujeito ter sido corrido a
tempo da TAP. E querem saber mais? Pouco tempo depois surgiram nos
media notícias de que este indómito "servidor" público havia pedido
falência pessoal!
Moral da história: Claro que só o clientelismo partidário pode
explicar que um indivíduo, que nem competência tinha para gerir a sua
vida pessoal, andasse tantos anos nos mais diversos cargos de
responsabilidade pública.
GÓRGIAS

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

pensões

ACABARAM AS PENSÕES DE MISÉRIA !


No esplendor do cavaquismo, o Governo decidiu, num dia certamente
memorável, estabelecer 13 contos como mínimo para uma pensão. Marques
Mendes, Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros,
com a expressividade que todos lhe conhecem, capaz de dizer as maiores
idiotices como as coisas mais tenebrosas sem mover um só músculo da
face, foi o escolhido para ir à TV anunciar que tinham acabado as
pensões de miséria em Portugal !...

Cavaco sabia escolher tão bem o seu pessoal, que só mesmo o rosto
impenetrável de Marques Mendes podia aguentar dizer o que disse sem
corar de vergonha ou desatar à gargalhada.

Perante tão indecorosa declaração, de que, com 13 contos, se acabavam
as pensões de miséria, ficava claro, na estatura física de Marques
Mendes, a estatura do Governo de que era porta-voz.

Claro que seria inútil pedir-lhe que explicasse como, com tal
montante, que renda de casa se poderia pagar, que alimentação se
poderia fazer, que vestuário se poderia comprar, que saúde, enfim, que
qualidade de vida se poderia usufruir….


GÓRGIAS

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

debates

A FOME PROVOCA INDIGESTÃO A CAVACO ?


Ver Cavaco nos debates televisivos tem sido confrangedor. As caretas e
os esgares que a criatura faz, quando não tem argumentos válidos para
responder às questões que lhe são colocadas pelos concorrentes, são de
dar volta ao estômago. "Eu não sou responsável nem corresponsável pela
situação a que se chegou, teve o despautério de dizer.

Apetece responder como Lula da Silva acerca da OPEP, quando ponderava
se valeria a pena o Brasil entrar naquilo: "quando o petróleo sobe, a
OPEP diz que não é ela, quando desce, diz que não é ela, então para
que serve ? ".

Na verdade, entre as desgraças que têm acontecido a este pobre país,
Cavaco ocupa lugar de relevo.
Dizia um economista, no auge do cavaquismo, que, segundo as
estatísticas comunitárias, dois milhões e meio de portugueses passava
mal, e que a maior parte dos artigos publicados sobre a pobreza eram
escritos por burocratas interessados em fazer caridade com dinheiros
públicos e fazendo-se pagar altos salários por isso.

E que os fundos vindo da União Europeia para combater a pobreza
dificilmente contribuiriam para a eliminar. Dado o nível de vida
português ser 56% da média comunitária, se o país mantiver uma taxa de
crescimento igual à dos outros países vai manter este nível de vida
indefinidamente.

È por isso que o programa de convergência deste governo é muito mau,
porque, com ele, a única coisa certa que temos é que Portugal
permanecerá, para sempre, na cauda da Europa.

Quando o último Governo de Cavaco caiu de podre, a situação era tal
que o seu sucessor se viu na necessidade de criar o famigerado
Rendimento Mínimo, para mitigar a fome que se vivia, medida que, mais
tarde, Durão Barroso haveria de classificar de importante e que foi um
erro não ter sido tomada pelos governos de Cavaco.

Agora, sacudindo a água do capote, Cavaco grita que a fome é uma
vergonha para os políticos. Pois é !


GÓRGIAS

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

carta

A CARTA QUE NÓS PAGÁMOS


Com o país de mal a pior, vendo esvair-se os milhões da EU para os
amigos do poder do momento, Cavaco escreveu uma carta à populaça.

Acerca disto, escrevia um respeitado professor universitário: Quem vê
o primeiro-ministro, viajando por todo o lado para inaugurar obras há
muito inauguradas e em pleno funcionamento, é levado a pensar que
Cavaco Silva não conhece já outra forma de se dirigir aos portugueses,
a não ser a destapar uma placa comemorativa com o seu nome…

Esta imagem está de tal forma enraizada que é difícil imaginar ao
nosso "homem do leme" uma postura diferente. E o que ele repete dia a
dia é a cassete dos pacotes e dos milhões do Plano de Desenvolvimento
Regional, que serão generosamente entregues a quem estiver próximo do
Governo e seguir, sem criticar, as suas decisões.

Nunca ocorreu ao homem interrogar os seus botões se em algum outro
país da Europa ele viu, ou pensa que possa vir a acontecer, um
primeiro-ministro gastar milhares de contos dos contribuintes para
incluir nos jornais uma carta, como publicidade paga, coisa que nada
acrescenta ao que vem sendo diariamente transmitido, de viva voz e da
graça, por todos os media?...

Esta carta, além de um acto falhado, é um atestado de indigência
passado a todos os seus ministros. Foge ao debate com a oposição e
faz-nos pagar uma carta que sabe que não terá resposta, porque ninguém
dispõe de tanto dinheiro para lhe responder da mesma forma.


GÓRGIAS

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

cavaco

ISTO AQUI NÃO É O UGANDA!

No estertor do cavaquismo, a CIP fazia sair um comunicado retratando a
desgraça em que o "optimista-autista chefe" deixava o país, prestes a
desertar.
O parágrafo inicial desse documento apontava o facto de a recuperação europeia não se ter reflectido em Portugal, ao contrário do esperado,
sendo condenada a atitude do Governo que insistia em negar a
evidência.
Falava também da corrupção, porque os últimos anos tinham sido
catastróficos, com os megadesvios do Fundo Social Europeu, as facturas
falsas, casos Partex a Caixa Económica Açoriana, crimes que se temia
virem a prescrever nos tribunais.
Perante todo este lodaçal, Cavaco não só fechava os olhos como ajudava
os corruptos, como quando berrou na AR que em Portugal não havia
corrupção, porque "isto aqui não é o Uganda"!...
Atolado na porcaria, o chefe do Governo socorreu-se, nos últimos
tempos, de três espadachins da palavra, que foram Vasco Graça Moura (
é, para mim, um mistério que um homem desta craveira tenha aceitado
defender o que se passava e, ao que parece, ainda hoje defenda…),
Pacheco Pereira e Duarte Lima.
Dizia um jornalista: "é curioso que o PSD se tenha arrependido de
fazer o inicialmente prometido, isto é, mais obra e menos conversa, e
tenha passado a valorizar o brilho da oratória, a capacidade de iludir
o povo pelo discurso, a arte tradicional da política que Cavaco se
tinha proposto modificar".
Em meados de 1995, uma jornalista reportava o conto do vigário que um
tal Thierry Roussel cá veio espetar, diante da passividade do genial e
rigoroso Cavaco Silva. Apesar de sobejamente conhecido como parasita
vigarista, pela vida que levava e por já ter dado um golpe de 58
milhões de dólares em Christina Onassis, com quem tinha uma filha,
este sujeito era cá apresentado como esmerado pai de família e um
benemérito da costa alentejana.
O cavalheiro instalou-se como um nababo, construiu uma coisa chamada
Odefruta, através da qual sacou 1.6 milhões de fundos comunitários,
600 mil contos do IFADAP e 300 mil do Instituto do Emprego, num total
de dois milhões e meio de contos, que nesse tempo eram contos, que
foram às urtigas, porque o escroque foi-se embora deixando 600
trabalhadores na rua e 500 hectares de terra inutilizada com produtos
tóxicos!
GÓRGIAS

domingo, 19 de dezembro de 2010

portas

PORTAS AGRADECIDO A CAVACO

A defesa que o Portas Paulo vem fazendo de Cavaco Silva, nesta
campanha para PR, mostra que ele sabe ser agradecido, já que, quando
fez de jornalista e dirigiu um jornal, Cavaco era um manancial
permanente para as suas "manchetes".

Dizia Portas director: "PSD sim, tacho sempre. Dos quatrocentos e
cinquenta dirigentes nacionais e distritais, o partido tem 58% deles
com lugar remunerado no Estado"
"Os candidatos que você paga: vai por aí um corropio de
administradores de hospitais do Estado, directores de Centros de
Saúde, gestores da Segurança Social, chefes de Finanças e os mais
variados gestores públicos, todos à procura de votos nas autárquicas."
"No lote dos novos candidatos que o PSD já confirmou, as pessoas
dependentes do Partido para chegar ao Estado e do Estado para chegar
às Câmaras é enorme., o que significa que este partido é cada vez mais
incapaz de procurar na sociedade activa os seus candidatos. E quem
paga a campanha destes candidatos é o contribuinte, porque o trabalho
que deixam de fazer tem um custo e a remuneração que podem continuar a
receber é paga pelo orçamento do Estado, o que implica uma vantagem
sobre os outros candidatos."

"O doutor Cavaco continua convencido de que tem razão no que está a
fazer, mas começa a perceber que grande parte da sociedade já rosna
contra o Governo, pois a sua gente e os seus métodos puseram esta
maioria cada vez mais segura apenas por um fio, o do voto cativo dos
que dependem do Estado."

"Como sabe outra coisa não desprezível: no dia seguinte à seca dos
fundos europeus, o país estará uma lástima, sobrando uma economia que
não produz, não cria emprego e não pode defender-se. Pode conceber-se
que ele tenha consciência de que já não domina e olhará a sua maioria
com o pavor dos falhados."

O que acima fica é uma pequena amostra do que Portas escrevia, no
tempo em que o grande génio da Economia era primeiro-ministro, para
desgraça de Portugal…


GÓRGIAS

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

julgamento

PREPARA-SE MAIS UMA FARSA ?

Lê-se na Imprensa que vai começar o julgamento do "caso BPN", banco
onde pontificavam alguns dos "golden boys" do cavaquismo, alfobre de
malandragem que depauperou o país de ponta a ponta.

De facto, desses desgraçados tempos nada ficou de bom, porque o homem,
dizia-se na época, era como os eucaliptos: secava tudo à sua volta!
Daqui resultava que gente séria e competente, que tivesse uma centelha
de dignidade e vergonha na cara, ou era afastada por incomodar, ou
afastava-se por pudor.

Num tal ambiente, propício a todo o tipo de falcatruas, medraram os
carreiristas. Quando o cavaquismo caiu de podre, o país estava
enredado pelos tentáculos de um polvo sinistro, sendo as centrais de
ladroagem BPN e BPP apenas a parte mais visível.

Mas não é de crer que lhes vá acontecer algum incómodo maior, porque
esta gente, vide Dias Loureiro, é dotada de uma tal desfaçatez, que
encara os aborrecimentos que um eventual julgamento, e a exposição
pública menos agradável lhes possa causar, como o dia a dia normal das
suas negociatas, além de que é difícil virem a ser condenados, pelo
menos como a gravidade dos crimes impunha num país decente…

A dona do bordel não é virgem, costumam dizer os espanhóis! Todavia,
depois de algum repouso, de onde, mesmo assim, ia disparando uns tiros
de pólvora seca, mais para dizer que vivia e testar a capacidade de
esquecimento da populaça, o responsável primeiro por tudo quanto de
mal foi feito ao país em dez anos de desgoverno, regressou com o ar
mais deslavado, assentou arraiais e vamos ter de continuar a
suportá-lo, apesar de pertencer (ou talvez por isso) àquela plêiade de
artistas que, como dizia o épico, fizeram fraca a forte gente.


GÓRGIAS

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

saraivada

A MIM NÃO ME ENGANA O SR. ARQUITECTO


As acusações que, há tempos, o director do jornal Sol fez à Justiça,
de estar a ser conivente com os crimes dos políticos, só não serão
muito graves porque, quem conhece minimamente este senhor, não lhe dá
grande credibilidade.


Fui leitor do Expresso, desde a sua fundação até àquela cena indigna,
que culminou com o despedimento do grande cronista João Carreira Bom,
que pouco depois morreu, por ter sido contundente com o barrete que o
jornal enfiou aos seus leitores, com aquele indescritível "incunábulo"
da embrutecedora programação da SIC.


Acontece que o então director do jornal era o mesmo arquitecto
Saraiva, que agora se apresenta como um poço de virtudes, paladino da
ameaçada liberdade de expressão, deixando lambuzados uns quantos anões
políticos, que só de golpes baixos vão sobrevivendo…

GÓRGIAS

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

impostos

ATÉ O AR QUE RESPIRAMOS PAGA IMPOSTO

Para explicar a teoria do caos, o cientista usa imagens tão simples
como esta: uma borboleta bate as asas em Hong Kong e provoca uma
tempestade em Nova Iorque. Isto, à primeira vista inverosímil, tem o
condão de excitar a curiosidade para se querer saber mais.

A Faculdade de Economia do Porto encontrou quarenta mil milhões fora
do controle do Estado. Neste saco são metidos os grandes tubarões da
economia subterrânea, gente da maior respeitabilidade social, mas que
nunca enjeita uma boa negociata e ao mínimo aborrecimento ameaça logo
mudar a sede fiscal das empresas para outro país, e os pequenos
artesãos, pequenos lavradores e outros deserdados que não possuem
mentalidade de parasitas da sociedade e aproveitam todo o tipo de
trabalho decente que lhes possa render uns trocados.

Ora bem: estes últimos mereciam uma estátua, não só porque os serviços
que prestam ajudam pessoas que, muitas vezes, não têm a quem recorrer,
em tempo útil, como, estando ocupados, não incubam neuroses e vícios
de todo o tipo, que acarretam altos custos para a sociedade. E sendo
sabido que, anualmente, abrem e fecham muitos milhares de pequenos
negócios, por serem incomportáveis as exigências que lhes fazem, fica
claro que não querem trabalhar sem regras.

A dita fuga aos impostos, neste tipo de actividades, é uma mentira
fácil de desmontar, desde logo porque, na sociedade actual, o cidadão
paga impostos a cada minuto das vinte e quatro horas do dia, pois até
de noite, quando descansa, os lençóis que rompe custam impostos, a luz
que acende para ver as horas ou ir à casa de banho e a água que gasta
quando puxa o autoclismo e lava as mãos custam impostos, e até o ar
que respira já custa imposto, porque ele é tão mau que, provocando
doenças várias, implica médicos e remédios que também pagam impostos.

E o cidadão amigo do trabalho, que presta aqui e ali pequenos serviços
informais, para os poder executar precisa de meios que pagam impostos,
como vestuário, ferramentas, materiais de substituição, gasolina e
desgaste da viatura para se deslocar, enfim, TUDO PAGA IMPOSTO!

GÓRGIAS

domingo, 12 de dezembro de 2010

cavaquismo

SEGUNDO MANDATO PORQUE É COSTUME


Daqui a pouco tempo, segundo as sondagens, uma lúgubre "procissão de
defuntos" vai confirmar Cavaco Silva, o homem que, como
primeiro-ministro, tramou o nosso futuro.

Nesses tempos "dourados", em que grossa fatia dos milhares de milhões
de fundos comunitários, que vieram para nos desenvolver, foi
desencaminhada, não faltaram jornalistas lúcidos, analistas de
economia e política, a gritar bem alto que o rei ia nú, mas o homem,
impante nas suas certezas e maiorias absolutas, até se gabava de não
ler jornais .

Respigo uma amostra das denúncias então feitas, que, se fossem
compiladas em livro, dariam grossos volumes, para honra da Imprensa:


"A origem da riqueza de muita gente é um segredo de polichinelo. A
mexicanização das relações entre o sector privado e o poder político é
um dos grandes abastardamentos que ficarão a marcar o cavaquismo".
"Cavaco Silva é o chefe dos novos-ricos. Debilitada a Igreja e vencido
o comunismo, a origem do dinheiro deixou de ser problema, a ética
passou a tilintar no bolso, nesta liberdade de sermos descarados com o
que temos e não temos no banco, até ao descoberto final."
"As indústrias tradicionais agonizam ou já fecharam e o que surge em
seu lugar são bancos, seguradoras, empresas de serviços. Mas mais
importante do que a crise conjuntural, que o pacote Delors II poderá
minimizar, é a crise estrutural de uma Nação que, daqui a pouco,
olhará para si e verá que não produz nada."

Génio da banalidade o classificou um génio da literatura. Miguel
Torga, outra grande consciência moral, sabendo, nos últimos dias de
vida, do interesse do chefe do Governo em visitá-lo, mandou dizer que
"gente dessa não entra em minha casa".
Mas a populaça, que só vê as coisas pela rama, apesar de estar sempre
do lado que mais apanha, gosta mesmo de apanhar.

GORGIAS

sábado, 4 de dezembro de 2010

marta

SÓ TEM CACA NA CABEÇA


Andam por aí notícias de que uma tal Marta Leite Castro anda muito
abatida. Coitada, passa a vida na montanha russa…

Conheci a criatura há anos, num programa da tarde da RTP, já não me
recordo o nome, em que "atropelava" o grande Júlio Isidro com o
exibicionismo da sua ignorância congénita.

Entretanto, fui tendo a desdita de a ver, aqui e ali, exibindo uma
pobre criança a que chamava Mia, como a obra da sua vida. Que exemplo
de vida vai ter esta criança, com uma mãe cujo comportamento íntimo é
um entra e sai que nem uma "república" de Coimbra ou o túnel do
Rossio!

Não tendo, na minha avaliação, nada que a possa recomendar seja para o
que for de válido, que poderosos padrinhos andarão a segurar esta
"desinfeliz" num canal de televisão de serviço público?

Quanto ao triste espectáculo que é a sua vida privada, conhecerá esta
rocambolesca figura o significado de expressões como dignidade e
vergonha na cara?

GÓRGIAS

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

democracia

QUALIDADE DA DEMOCRACIA


O inefável Cavaco Silva queixa-se da qualidade da nossa Democracia e
tem toda a razão. E a prova desta debilidade é ele mesmo. E é preciso
não ter um mínimo de vergonha para, através de uma postura "magister
dixit", querer passar ao lado da coisa.


Então esta criatura, que leva cerca de vinte anos nos mais elevados
cargos políticos, pode apresentar-se como exemplo seja do que for? É
preciso um grande descaramento e fazer dos portugueses ainda mais
parvos do que eles realmente são!


Na anterior campanha eleitoral, insurgiu-se contra um concorrente que
dizia que o PR não tem grande poder efectivo, sendo mais um ouvidor.
Agora ficamos a saber a diferença: este é o avisador… O que seria de
nós, disse há dias, se não fossem os seus avisos!


Enfim, cá vamos ter de o gramar por mais cinco anos e é bem feito. Nós
merecemo-lo. Se fôssemos um povo com coluna vertebral, interessado em
viver com dignidade, este "génio da banalidade", como alguém, com
toda a propriedade, lhe chamou, seria recambiado para Boliqueime e
chatearia apenas a sua Maria e vice-versa, mas como somos masoquistas,
não há nada a fazer.

Nem sequer nos damos ao trabalho de questionar onde e quando este
famigerado professor foi um grande economista. Haverá por aí alguma
obra sua que dê soluções para os problemas? É que todos os anos surgem
por esse mundo fora economistas que apresentam obra, alguns deles
ganhando mesmo o Nobel, só do nosso génio caseiro é que não se conhece
nada …

GÓRGIAS

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

sic

QUO VADIS, SIC ?


A SIC tem de andar mesmo muito mal para sentir necessidade de
contratar a pseudo-jornalista mulher de José Eduardo Moniz.

A dita cuja, a quem António Marinho Pinto deu a ensaboadela que há
muito andava a pedir, coloca-se a si própria nos píncaros, julgando
poder apoucar tudo quanto é jornalismo decente.

Resta aguardar para ver como é que os verdadeiros jornalistas da SIC,
para quem noticiar os factos tem que ser muito mais do que um
espectáculo degradante, vão conseguir coabitar com tal criatura…

É que ela, pelo que se tem visto, não tem nada que se aproveite, para
além de a sua figura constituir um insulto à porquinha dos marretas,
cuja fisionomia se tem esforçado por imitar!


GÓRGIAS

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

j jesus

AS ENCRUZILHADAS DE JESUS


A famosa frase do prof. Abel Salazar, "o médico que só sabe medicina
nem medicina sabe", pode bem adaptar-se ao treinador de futebol Jorge
Jesus, a sofrer amargos de boca por se ter metido em altas cavalarias,
para as quais anda muito longe de estar preparado.


De facto, a verdade nua e crua é que Jorge Jesus não é, nem está a
caminho de ser, um grande treinador, para tanto lhe faltando aspectos
essenciais. O conjunto de circunstâncias favoráveis, algumas nada
desportivas, que o alcandorou aos louros de campeão, nunca poderá
disfarçar as suas limitações.


É que ser-se treinador de uma grande equipa, hoje, exige conhecimentos
que vão muito para além do mero chuto na bola, e se a pessoa em apreço
tivesse a noção disto, quando começou a ter algum sucesso, teria
investido na sua formação geral, que, como qualquer pessoa atenta pode
verificar, exibe demasiadas lacunas para poder entender o complexo e
dispendioso brinquedo que lhe puseram nas mãos.


Quando Artur Jorge foi campeão europeu, pouco tempo depois foi
contratado por um clube francês. Não me recordo agora qual o clube nem
o patrão, mas lembro-me de este ter dito que era um privilégio ter um
treinador com quem podia falar de tudo à vontade, até de futebol…

E se é verdade que não é realista exigir a todos o "background"
cultural de Artur Jorge, também não é mentira que homens como J. Jesus
jamais poderão ir muito longe.


GÓRGIAS