segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

natal

CINCO MIL MILHÕES É MUITO DINHEIRO


Lê-se e ouve-se, mas custa a crer que um povo na penúria possa
dissipar, numa só festa, tão impressionante soma. É claro que, no
arraial consumista em que se transformou o Natal, tudo são desculpas
para se gastar o que há e não há, sem pensar muito nas frustrações do
dia seguinte…

E o pior de tudo é que grande parte deste dinheiro foi desbaratado num
mero exercício de soma nula, em que a quantia que uns ganharam foi
exactamente igual à que outros perderam, não possuindo os artigos
comprados qualquer valor multiplicativo, antes pelo contrário, serão
outra fonte de despesas e aborrecimentos.

Um economista que, em tempos, colaborou no JN, diria que isto é um
caso típico da cultura da pobreza. Vivem o momento, seja porque não
conseguem disciplinar-se, seja por falta de sentido do futuro. Não
possuindo hábitos de poupança, cedem facilmente às emoções e impulsos.
Não dando grande valor ao dinheiro, não descansam enquanto não se vêem
livres dele.


Amândio G. Martins

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