segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

cavaco

ISTO AQUI NÃO É O UGANDA!

No estertor do cavaquismo, a CIP fazia sair um comunicado retratando a
desgraça em que o "optimista-autista chefe" deixava o país, prestes a
desertar.
O parágrafo inicial desse documento apontava o facto de a recuperação europeia não se ter reflectido em Portugal, ao contrário do esperado,
sendo condenada a atitude do Governo que insistia em negar a
evidência.
Falava também da corrupção, porque os últimos anos tinham sido
catastróficos, com os megadesvios do Fundo Social Europeu, as facturas
falsas, casos Partex a Caixa Económica Açoriana, crimes que se temia
virem a prescrever nos tribunais.
Perante todo este lodaçal, Cavaco não só fechava os olhos como ajudava
os corruptos, como quando berrou na AR que em Portugal não havia
corrupção, porque "isto aqui não é o Uganda"!...
Atolado na porcaria, o chefe do Governo socorreu-se, nos últimos
tempos, de três espadachins da palavra, que foram Vasco Graça Moura (
é, para mim, um mistério que um homem desta craveira tenha aceitado
defender o que se passava e, ao que parece, ainda hoje defenda…),
Pacheco Pereira e Duarte Lima.
Dizia um jornalista: "é curioso que o PSD se tenha arrependido de
fazer o inicialmente prometido, isto é, mais obra e menos conversa, e
tenha passado a valorizar o brilho da oratória, a capacidade de iludir
o povo pelo discurso, a arte tradicional da política que Cavaco se
tinha proposto modificar".
Em meados de 1995, uma jornalista reportava o conto do vigário que um
tal Thierry Roussel cá veio espetar, diante da passividade do genial e
rigoroso Cavaco Silva. Apesar de sobejamente conhecido como parasita
vigarista, pela vida que levava e por já ter dado um golpe de 58
milhões de dólares em Christina Onassis, com quem tinha uma filha,
este sujeito era cá apresentado como esmerado pai de família e um
benemérito da costa alentejana.
O cavalheiro instalou-se como um nababo, construiu uma coisa chamada
Odefruta, através da qual sacou 1.6 milhões de fundos comunitários,
600 mil contos do IFADAP e 300 mil do Instituto do Emprego, num total
de dois milhões e meio de contos, que nesse tempo eram contos, que
foram às urtigas, porque o escroque foi-se embora deixando 600
trabalhadores na rua e 500 hectares de terra inutilizada com produtos
tóxicos!
GÓRGIAS

Sem comentários:

Enviar um comentário