sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

julgamento

PREPARA-SE MAIS UMA FARSA ?

Lê-se na Imprensa que vai começar o julgamento do "caso BPN", banco
onde pontificavam alguns dos "golden boys" do cavaquismo, alfobre de
malandragem que depauperou o país de ponta a ponta.

De facto, desses desgraçados tempos nada ficou de bom, porque o homem,
dizia-se na época, era como os eucaliptos: secava tudo à sua volta!
Daqui resultava que gente séria e competente, que tivesse uma centelha
de dignidade e vergonha na cara, ou era afastada por incomodar, ou
afastava-se por pudor.

Num tal ambiente, propício a todo o tipo de falcatruas, medraram os
carreiristas. Quando o cavaquismo caiu de podre, o país estava
enredado pelos tentáculos de um polvo sinistro, sendo as centrais de
ladroagem BPN e BPP apenas a parte mais visível.

Mas não é de crer que lhes vá acontecer algum incómodo maior, porque
esta gente, vide Dias Loureiro, é dotada de uma tal desfaçatez, que
encara os aborrecimentos que um eventual julgamento, e a exposição
pública menos agradável lhes possa causar, como o dia a dia normal das
suas negociatas, além de que é difícil virem a ser condenados, pelo
menos como a gravidade dos crimes impunha num país decente…

A dona do bordel não é virgem, costumam dizer os espanhóis! Todavia,
depois de algum repouso, de onde, mesmo assim, ia disparando uns tiros
de pólvora seca, mais para dizer que vivia e testar a capacidade de
esquecimento da populaça, o responsável primeiro por tudo quanto de
mal foi feito ao país em dez anos de desgoverno, regressou com o ar
mais deslavado, assentou arraiais e vamos ter de continuar a
suportá-lo, apesar de pertencer (ou talvez por isso) àquela plêiade de
artistas que, como dizia o épico, fizeram fraca a forte gente.


GÓRGIAS

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